segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mulher é ferida durante tourada? Dane-se

Depois de alguns dias com o blog parado (acho que meus pensamentos congelaram com os -5,7ºC), estou voltando a ativa com um assunto polêmico: touradas. Na semana passada, uma toureira espanhola foi ferida na perna pelo touro durante uma apresentação na França. O chifre do animal perfurou profundamente a sua coxa, deixando-a suspensa no ar por 5 segundos. O estrago causou cortes com até 30 cm, mas ela agora passa bem. Que peninha dela, né, o bichinho malvado machucou a mocinha inocente! Peninha nada, burra mesmo. Ignorante, cruel, desumana. Quem se diverte às custas de outro ser vivo usando de violência e abuso, seja pessoa ou animal, não merece outro destino senão o retorno na mesma moeda. Posso parecer um pouco cruel e sangue-frio diante da situação, mas não me sinto comovida com um incidente que, na minha opinião, era previsível e nada mais do que justo. 

A luta pelos direitos dos animais vem sendo travada há anos. Aos pouquinhos ganha novos adeptos, e de vez em quando conquista um novo direito aqui e outro acolá. Os progressos são lentos, mas existem. O problema é que AINDA há pessoas que insistem em agir como na idade da pedra. Em vez de evoluir, andam para trás. É vergonhoso ver o progresso da humanidade contrastando com as atitudes retrógradas contra os animais. 

As touradas mancham a reputação da Espanha como país moderno e desenvolvido. Tradição idiota que já devia ter sido quebrada há tempo. Nas touradas, um touro é colocado para lutar contra homens empunhando estacas farpadas, lanças, espadas e adagas. Essas armas são projetadas para infligir dor intensa e provocar perda de sangue para enfraquecer o animal. Após o show de sangue, as farpas são tiradas com ajuda de facas a sangue-frio, e muitos dos animais são mantidos enclausurados, com má alimentação, e têm a ponta dos chifres cortadas de qualquer jeito. Neste tipo de "diversão", vencer é derrotar o animal. Esse é o papel dos toureiros, machucar, torturar, matar. Não há porque ter pena de pessoas assim. Se elas são machucadas em arena, estão tendo o que merecem.

O mesmo se pode dizer dos rodeios, tradição (infelizmente) brasileira. Cordas são amarradas nos testículos do touro, para provocar dor e fazê-lo pular daquela maneira, ou você acha que o animal pula desvairado voluntariamente? Pois amarre seus testículos e sinta a emoção do rodeio. O touro é por natureza um animal calmo e até dócil, e está confortável quando não é importunado. Durante as apresentações, eles não possuem qualquer defesa, e sua ação é resultado de uma atitude desesperada pela sobrevivência.






Vocês são favoráveis a essa atitude? Então queimem pessoas em praça pública como faziam na Idade Média, porque é a mesma coisa. Se ainda terão coragem de levar seus filhos para assistir a crueldades assim como forma de lazer, saibam que além de destruir a boa moral deles, estarão financiando as crueldades e o mercado sujo que há em torno delas.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Trabalho = Estresse?

Nesta semana, presenciei uma colega com os nervos a flor da pele devido ao estresse ocasionado pelo trabalho, estudo e falta de tempo. Ela é uma daquelas pessoas que trabalha mais do que oito horas por dia, que tem a impressão de que o tempo passa mais rápido do que o normal, e que seu maior sonho seria que o dia tivesse em média umas 30 horas.

Seu trabalho é exaustivo, num ambiente fechado (sem  janelas, mesmo) em que ela sai às pressas para pegar o ônibus para ir para a faculdade na cidade vizinha. Por fim, chega meia-noite em casa, para ir trabalhar às 7h no dia seguinte. Às vezes eu a vejo nervosa, irritada, sufocada, e sei que o melhor é deixa-la quieta até que aquele estresse todo passe.

Eu sei que a vida dos estudantes é complicada. Que são os quatro anos mais corridos e cansativos de suas vidas (ou melhor, nossas vidas), mas o fato é que, a partir de quando o trabalho passa a ser algo sufocante, deve-se começar a questionar se todo esse esforço vale mesmo a pena.
Tenho inúmeros exemplos de pessoas que passam o dia correndo e quase sem respirar, mas se pergunto a ela: "você gosta do seu trabalho?" ela diz: "o problema é que eu gosto!". Aí está tudo certo! Sem problemas! Agora, se isso não acontece, já está na hora de por tudo numa balança. Vejamos...

01) Você gosta do que faz?
02) Seu salário compensa todo esse esforço?
03) Sua saúde está sendo prejudicada devido a essa sobrecarga de responsabilidades?
04) Você ri?

Bom, pensando nisso, você já pode começar a questionar se não vale mais a pena ganhar um pouco menos e ser mais feliz, ou sair dessa rotina cuidadosamente planejada e se atrever a coisas novas. Conseguir um trabalho não é fácil, isso todo mundo sabe, mas ser feliz para muitos é mais difícil ainda. Pode demorar, pode necessitar de um pouquinho de coragem, cara-de-pau e paciência, mas se você estiver fazendo o que gosta, tendo tempo para você, e saindo de lá com aquela sensação de missão cumprida, está tudo certo!

Quanto à colega citada como exemplo, pode ser que ela tenha bons motivos para permanecer no seu emprego. Não quis me intrometer na sua vida querendo saber tudo, ainda mais porque sei que existe muita gente-robô que iria perguntar de que planeta eu vim. O fato é que, o trabalho não deve ser uma tortura. Certo?

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A banda mais bonita da cidade

Bom, a princípio minha intenção aqui não era a de ficar repetindo assuntos, e tornar o blog algo muito específico. Sei que já falei sobre música recentemente, e sobre a sensação que ela nos traz, e blá blá blá. O problema é que (na verdade isso não é um problema), quando coisas boas aparecem pelo caminho, não podemos deixar passar .A música da vez entra novamente em foco.

A banda mais bonita da cidade deu o ar de sua graça no youtube há pouco menos de um mês. A música Oração tem mais de 2 milhões, isso mesmo, 2 MILHÕES de visualizações no site de vídeos, que conquistou, garanto, todos os corações. Uma letra simples, bonita, e que gruda na cabeça da gente em questão de segundos. 

O barato da banda é que ela é totalmente independente. Além das gravações, seus componentes tocam em outras bandas, e amigos quase sempre estão presentes nas músicas, sem fazer parte da banda. Os membros "oficiais" são Uyara Torrente (vocal), Vinícius Nisi (violão e teclado), Rodrigo Lemos (ukulele e guitarra), Diego Plaça (violão e baixo) e Luís Bourscheidt (percussão e bateria). Com exceção da vocalista, são todos formados em música ou produção musical e, é... eles entendem da coisa. Agora, o melhor de tudo: são paranaenses!

Ah, que orgulho saber que o Paraná não espirra apenas duplas sertanejas e afins. Sim, há coisa boa por aqui. Os curitibanos (e viva a capital!) são apontados como a primeira manifestação de um movimento musical, os "Novos Curitibanos". Neles, observa-se a clara referência da banda Beirut, e o canto de Uyara se destaca como aquela voz gostosa de ouvir, tipicamente brasileira, tom que você só encontra em cantoras nacionais.

Agora, quanto à Oração, pode-se perceber um ar de descomprometimento, como o qual "ei, vamos juntar uma galera e cantar juntos!?". Seis minutos filmados em plano-sequência, ou seja, a ação toda sem cortes, em uma casa simplesmente maravilhosa, cedida pela amiga que aparece tocando bandolim. Falando em amigos, nada como ter um grupo de amigos tão grande, com tamanho bom gosto musical. Além das vozes, há guitarras, violões, viola, bandolim, flauta, piano infantil(?), e uma infinidade de instrumentos. O pessoal é descolado, cheio de estilo. Um ar cool sem esnobismo. A letra é facil, bonitinha (realmente muito fofa), e marcante. É uma daquelas músicas capaz de mudar o seu humor, e te deixar zen, todo bobo, alegre, vendo purpurina e flores caindo do céu.

Voltando a realidade, é claro que a banda está aproveitando o seu momento para agendar shows e mais shows, e não duvido que já haja muita gravadora nos seus calcanhares. Dá vontade de comprar um violão, colocar a flauta embaixo do braço e ir pra Curitiba bater na porta deles para ser feliz.

sábado, 14 de maio de 2011

O sábado traz uma sensação boa. Uma sensação de término, mas feliz. Uma sensação de missão cumprida. Uma sensação parecida com a de quarta-feira, quando se fecha a edição do jornal da semana. Parecida com a quando se termina de ler um livro. Ou quando se revê pela vigésima vez um filme que te faz se sentir bem. A sensação de saber que neste dia vou dormir sem ter hora pra acordar, que vou ter volei no fim da tarde com os amigos, que vou matar as saudades do amor de noitinha. A sensação de ouvir uma música que te deixa inspirada, ou relembrar de uma ocasião que te deixa feliz. A sensação de criar novos planos, e contar os dias para que ele se realize. A sensação de novas ideias fervilhando na cabeça. A sensação de alívio ao saber que acabou, mas de ansiedade ao saber que novas coisas vão começar a acontecer. Ah, sábado...

sábado, 7 de maio de 2011

Alguma coisa está errada por aqui

  Ontem a casa do meu namorado foi assaltada. Aparentemente levaram tudo o que tinha de eletrônico na casa. Notebook, aparelho de DVD, até barbeador elétrico e carregador de pilhas. Ao voltar da faculdade, depois das dez da noite, foi que ele se deu conta de que alguém havia passado por lá. Talvez pela janela do banheiro? Não havia sinais de arrombamento. Alguém, que sabia da rotina dele, entrou na casa. Que ladrão idiota iria roubar uma casa as 8h da noite? Só pode ter sido alguém que sabia que ele só voltaria depois das 10h. O boletim de ocorrência foi feito logo em seguida, mas não havia nenhuma viatura policial disponível para fazer uma busca, porque 21 presos fugiram da cadeia na mesma noite. Não é irônico? Isso nos faz pensar, até que ponto a impunidade pode ficar por isso? Muito possivelmente menores de idade drogados invadiram uma casa no meio da noite, e mesmo que fossem pegos, "oh, são menores! foram influenciados! não têm culpa"! Vão se ferrar! Enquanto vagabundos roubam coisas de quem tem trabalha para comprar, dois ou três policiais levam um banho de marginais por não conseguirem cuidar sozinhos de uma cadeia com 70 detentos. Impunidade? Falta de policiais? E não estamos falando de uma grande cidade, que está acostumada com a marginalidade. Mas sim de um município que não tem nem 50 mil habitantes. Já está na hora de parar de subestimar as cidades pequenas. Bandido tem em todo lugar. Acho que alguma coisa está errada por aqui.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A boa e velha bicicleta

  Companheira dos esportistas, das crianças, dos transportes sustentáveis, ou daquele que quer deixar o carro na garagem de vez em quando, só pra variar e ir ao trabalho pedalando. Desde que foi inventada, no século XIX, aquela geringonça estranha que tinha uma roda maior do que a outra foi conquistando mais e mais usuários, como meio de transporte prático, barato, que não polui e de quebra garante algumas calorias perdidas. Eis algumas boas histórias de pessoas e suas magrelas:
  Um tempo atrás, li uma reportagem na Vida Simples sobre quatro mulheres e suas bicicletas. Cada uma tinha uma profissão diferente, morava em uma capital diferente, tinha uma bike diferente, e a usava em ocasiões diferentes. Adorei a história de uma delas. Não me recordo se ela era de São Paulo ou Porto Alegre, mas Márcia,  publicitária, ia todos os dias de ônibus para o trabalho, e percebeu que gastava muito tempo em uma viagem relativamente curta, de casa para o trabalho. Passava todos os dias pelo grande centro, enfrentando congestionamento, buzinas, poluição e o stress de todo trânsito de uma grande cidade. Um belo dia, comprou uma bicicleta e abandonou o ônibus. Levou o mesmo ou até menos tempo para chegar ao trabalho, conheceu ruas alternativas com paisagens diferentes, passou a trabalhar com mais disposição e até perdeu uns quilinhos. A publicitária só encontrou benefícios na troca que, sim, a fez mais feliz. Sua bicicleta é dobrável, e se ela ganha uma carona num fim de tarde, dobra a bike, a coloca no porta-malas e volta sem transtorno nenhum.

  Rick Hoyt tem paralisia cerebral. Complicações no parto o deixaram paralítico e com problemas mentais. O médico disse aos seus pais que ele viveria como um vegetal. Seu pai, Dick, observou que o filho, apesar de não conseguir se comunicar direito, era muito inteligente. Compreendia tudo ao seu redor, e adorava esportes. Hoje, pai e filho já participaram juntos de 64 maratonas de triatlon. A bicicleta de Dick personalizada. Rick é acomodado na parte da frente enquanto seu pai pedala atrás. Ninguém mais subestima suas capacidades.


  Oldemar Mazzardo, junto ao seu irmão e namorada, iniciaram uma viagem de mais de 15 mil Km pela América do Sul. Detalhe: de bicicleta. Foram 519 dias em cima da magrela, junto à mochilão, barraca e alforjes. A viagem teve início na Guatemala, onde o trio foi descendo pela América, conhecendo 12 países, seu povo, sua cultura, suas peculiaridades, e, é claro, suas estradas. O grupo evitava ao máximo pagar pelos luxos de hotéis e restaurantes. Acampavam em lugares seguros, e aproveitavam cada detalhe das cidades pelas quais passavam. Subiram montanhas, conheceram comunidades antigas, realizaram trabalhos voluntários, foram assaltados (?) e outras milhares de coisas interessantes. Depois de 17 meses, entraram no Brasil pela fronteira Argentina/Foz do Iguaçu, e retornaram à cidade natal. Uma bela história pra contar para os netos. Uma viagem de desapego às futilidades a lá "Na natureza selvagem". Seu diário de bordo está disponível no site www.crazyguyonabike.com.
  É... não subestime a magrela. Acho que se pode chegar a qualquer lugar sobre duas rodas e nenhum motor!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A música da vez

Como já comentei em outro post, a música tem as suas mágicas. Bom, não vou ficar repetindo minhas suposições, e sim falar sobre a música da vez. Depois de Teatro Mágico, meu clima musical de um salto nas notas e foi para o rock anos 90.
Descobri No Doubt por acaso, durante uma carona com uma amiga. O que ela definiu como "música de adolescente revoltada", eu considerei perfeito para se ouvir em uma viagem de carro por uma estrada longa e vazia. A vocalista é Gwen Stefani, que no momento segue uma carreira solo não tão bem-sucedida. Na minha opinião, ela acabou fugindo do bom e velho rock'n roll para entrar no mundo das Britney Spears da moda. Ela, quase quarentona, não caiu bem nos clipes "sexys". Bem, voltando ao foco, No Doubt caiu no sucesso a partir de 1995, com músicas como Just a Girl e Don't Speak A banda deu uma caida um tempo atrás, e agora, com a possível volta de Gwen para a banda e o abandono definitivo de sua duvidosa carreira solo, há possibilidades de novos álbuns virem por aí.
Um pouco de NoDoubt:

quarta-feira, 4 de maio de 2011

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Alguém já teve aquela sensação de frustração, quando se está eufórico porque alguma coisa muito boa vai acontecer, e de repente algo impede que essa coisa muito boa aconteça? Dá aquela sensação de desenho animado, como se meu corpo rachasse por inteiro e eu esfarelasse no chão.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Um ator para ser você

Outro dia estava lendo uma revista. A reportagem principal era sobre o filme 127 horas, que já está em todos os cinemas do Brasil desde o mês passado. O filme conta a história real de um aventureiro que prende o braço em uma rocha enquando escalava um cânion. O rapaz passou dias naquela situação, até amputar o próprio braço com um canivete em uma última atitude desesperada. Na matéria, Aron Ralston descrevia a esperiência de participar dos bastidores do filme que conta a história da sua própria vida. Da convivência com o diretor, com toda produção, e com o ator James Franco, que o interpreta na trama, além das explicações extremamente detalhistas que dava sobre as situações pela qual passou. 
Enfim, Aron começou a matéria com algo como "quando você pensa em qual ator deveria interpretar VOCÊ num filme sobre a SUA vida...". Isso bastou para eu interromper a leitura por alguns segundos e falar para mim mesmo: "Eu nunca pensei que atriz poderia me interpretar no cinema!". Foi aí que vi que isso é muito difícil. Um colega me disse que a atriz Zooey Deschanel combinaria comigo. Isso mesmo, aquela do 500 dias com ela que tem cara de louca! É, mas me identifiquei com ela! 
Se formos levar em conta a aparência física, para algumas pessoas fica mais fácil. Meu vizinho lembra o James Franco. Uma conhecida é a cara da Amanda Peet. Outro cara é o Owen Wilson, só que com nariz normal. Esses são os sósias naturais. 
Aron Ralston encontrou o seu ator. Não são exatamente cara de um, focinho de outro, mas seus trejeitos batem. 
Quem sabe um dia alguma atriz me interpretará, em um sonho muuuito distante. Só espero que não precise amputar me braço para isso...

sábado, 2 de abril de 2011

mergulhando em bemóis e sustenidos

A música tem um grande poder de mexer com as pessoas. Ela pode mudar seu humor, acalmar seu stress, revigorar sua alma, ou o acompanhar em um momento de melancolia. O que mais teria tamanha força para mexer tanto com alguém além da música?
A música é um remédio para a autoestima, um tratamento intensivo para o ego. A música está em todos os lugares, em todas as ocasiões e em todos os momentos, sejam alegres, tristes, esbravejantes, solitários, descontraídos, emocionantes. Pode transformar uma simples caminhada numa viagem, uma viagem de pensamentos e sensações. Pode fazer uma criança pular, um velhinho descansar, e o coração mais duro, sorrir.
O melhor da música é aquele arrepio que se sente ao descobri-la, e saber que de alguma forma, por algum motivo, essa música se tornou especial. Não sai da cabeça por alguns dias ou semanas, e toda vez que se ouve, traz uma sensação diferente. Se torna literalmente arrepiante.
Depois dessa esplosão de sensações inexplicáveis, ela se torna como as outras, não por isso se tornando ruim, mas dando espaço para que outras tantas surjam e desabrochem novas emoções.
A bola da vez é O Anjo Mais Velho, da banda O Teatro Mágico. Não sei ao certo se todas as pessoas têm as mesmas sensações "arrepiantes" com devidas músicas, mas esta está em seu momento. É ela que agora surgiu para me trazer paz, calma e leveza.

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar
Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar

Espero nunca precisar cantá-la valendo a sua letra =)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Adoro ter aquela sensação de que tudo está indo bem. Aquela sensação de alívio, de tranquilidade. De que as coisas, involuntariamente foram se encaminhando de tal modo que quando percebemos, está do jeitinho que gostaríamos que fosse...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Não bebo mesmo, algum problema?

Hoje assisti a uma reportagem no jornal RPC TV, a respeito dos jovens que optam por não beber, e sua relação com amigos e colegas. Durante uma entrevista, dois jovens acadêmicos apresentaram os seus motivos por não entrar na onda dos colegas e "encher a cara". O rapaz, não bebia por ser atleta, e coloca sua condição em primeiro lugar, justificando que isso atrapalha em seu desempenho como esportista. A jovem, preza pela saúde, e simplesmente não gosta, e ponto final.
É um assunto curioso, já que, durante a vida acadêmica, uma das maiores pressões do jovem é ceder ou não aos caprichos do álcool. Faço parte dessa (acredito eu) minoria. Não bebo mesmo, e daí? Algum problema? Odeio o gosto, a sensação que ela traz. Acho ridículo a posição em que uma pessoa bêbada se sujeita. A maneira como ela se comporta. O cheiro. O assunto "bebida", é desconfortante. "Ah, hoje eu vou sair e encher a cara!" É, é isso mesmo. Não é "sair e curtir com meus amigos", "sair e se divertir". É sair, tomar um porre, se achar foda por isso, passar mal, vomitar, e estar no outro dia se vangloriando pelo feito aos, talvez, amigos, que por sua vez, se impressionam com a quantidade de copos ele virou, e se achar capaz de fazer melhor. 
Respeito pessoas que bebem socialmente, como um complemento, ou só para acompanhar. Respeito mais ainda as que bebem, por mais que for, mas retribuem o respeito ao que prefere não tomar nada. Mais ridículo do que beber, é não ter respeito pelos que não bebem. Sacanear, rir, falar mal, achar fresco, ou tradicionalmente "tirar sarro".
Além de tudo, vem o respeito. Assim como eu devo respeitar qualquer um que prefira se sujeitar às condições que um bêbado se sujeita - e que ache isso bonito - ele deve respeitar igualmente quem não goste da bebida.
Quase tudo é uma opção na vida das pessoas. Ter o poder de escolha é um dos maiores benefícios de um ser humano, e o "não" é para ser usado. Pensar em si em primeiro lugar não é egoísmo. É inteligência. Diga não a bebida se realmente não quiser, e se seus amigos respeitarem sua decisão, aí sim fique feliz porque eles são amigos de verdade.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Vida Simples

Estou começando a achar que devo criar um novo blog voltado somente para dicas culturais, musicais e afins, já que eu e minha rotina está focando ultimamente só nisto mesmo! 
A bola da vez é a revista Vida Simples. O subtítulo já diz tudo: para quem quer viver mais e melhor. Resumindo, suas matérias visam o bem-estar, da alma e do corpo. Não, não são dicas de sucos caseiros para melhorar o intestino. Digo o bem-estar focando simplicidade e sustentabilidade. Aliás, a sustentabilidade é o foco principal da revista, além de ideias "bem temperadas", dicas de música, livros, filmes etc.
Vida Simples possui a coluna de Eugenio Mussak que, é um cara, desculpe, um cara muito foda. Sua coluna visa sempre algum assunto que intriga as pessoas e que faz pensar. Falando em fazer pensar, a revista tem espaço para um pouco de literatura e filosofia, e a seção Horizontes mostram lugares incríveis, nem sempre tão conhecidos, mas de um ponto de vista diferente. 
De vez em quando, traz alguma coisa sobre fotografia, viagens, gastronomia, trabalho manual, além da matéria de capa, é claro, que particularmente eu acho sempre muito parecidas com os pensamentos de Eugenio Mussak, só que escritas de uma maneira mais ampla, é claro, já que é a matéria principal.
Vida Simples é uma revista mensal, da Editora Abril, custa R$12 e a assinatura compensa. O design da revista é muito bacana e o minimalismo nas capas é sua marca registrada.




sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tenho pensado muito em viagens. Sair por aí, conhecer o mundo, mas começando aos poucos, claro. Viajar é uma coisa que tanta gente quer mas que tão poucas realmente o fazem. Conhecer o Brasil, conhecer o exterior. Por que não? Sim, eu sei. O problema e dinheiro. Mas podemos muito bem deixar as coisas superficiais um pouquinho de lado, e lavar a alma com um banho de cultura, conhecimento e novas amizades de vez em quando. Quem sabe uma pequena economia mensal, ao invés de um sapato que na real é totalmente desnecessário? Sei que eu não sou a melhor pessoa que pode falar sobre economia, já que meu auge foram R$110 num porquinho de cerâmica. O fato é que, o corpo precisa, a alma precisa se renovar com coisas novas e inesperadas. E nada melhor de que uma boa viagem ao desconhecido e sentir aquela sensação de "acho que estou perdido". Um desespero misturado com uma inexplicável felicidade por dentro (risos). Eu preciso disso. E não sei o tamanho da necessidade da maioria das pessoas mas a minha é imensa. 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Les Aventures Extraordinaires D'Adèle Blanc-Sec

A cada novo filme que chega na locadora, fico imaginando uma pessoa cujo trabalho é traduzir (sem fidelidade nenhuma) os títulos das mídias. Ela deve odiar cinema, e por isso detona totalmente os nomes originais, substituindo-os por ditados populares ou frases tolas como amor ao acaso, amor por acaso, jogo do amor, amor e outros desastres, e aí por diante. 
O último soco no estômago veio de um filme estrangeiro. Cá entre nós, filme estrangeiro já é por si só uma luta para atrair o público, já que a maioria segue a linha alienante dos hollywoodianos, e dispensa qualquer película que não tenha ninguém famoso, ou que os nomes dos atores tenham mais consoantes que vogais. Aí, estes "profissionais" chegam, mudam a capa do filme para uma imagem que você pode olhar mil vezes, e não entende qual era a intenção deles, e trocam o título para mais uma frase que não tem nada a ver com a história. 
Este foi o caso de "Les Aventures Extraordinaires D'Adèle Blanc-Sec", uma aventura bem-humorada com o típico humor europeu e o charme francês. A trama é uma adaptação dos quadrinhos para a telona, no qual a repórter Adèle Blanc-Sec fez sucesso como a heroína em nove volumes da saga, entre 1976 e 2007, e agora é a protagonista no cinema, interpretada por Louise Bourgoin. Os efeitos especiais são muito bem feitos, e a Paris do início do século XX também foi bem retratada. Ah, e destaque para as múmias, que estão incríveis. 
Infelizmente, aqui no Brasil a adaptação ganhou o nome de "As múmias do faraó" (???), e o cartaz é inacreditavelmente sem-graça. Ao lado de Adèle, está um cara que nem sequer apareceu no filme. Talvez esta tenha sido uma infeliz tentativa de fazer com que o filme pareça americano. Enfim, não julgar o livro pela capa vale para todas as horas, e cabe a nós prestar mais atenção nos detalhes para não se deixar levar pelas aparências. 






















    O CARTAZ NA FRANÇA                                         O CARTAZ NO BRASIL

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Christiania

 Christiania, ou "Freetown" para os moradores, é um dos lugares mais interessantes para se conhecer devido ao seu radicalismo ao fugir dos padrões das cidades mundanas. Christiania é uma pequena comunidade quase escondida nas entranhas da Dinamarca, que ao seu modo de vida conquistou respeito dentro e fora do país. Christiania é anarquista (pelo menos segue quase que totalmente este princípio). Uma cidade na qual a limpeza das ruas, manutenção dos serviços básicos, tudo é decidido a partir de reuniões com os moradores, onde as decisões são tomadas a partir de votações. Não há prefeito, não leis, não há governo, não há hierarquia. Eles se definem como uma sociedade ecologicamente orientada, onde a autossustentabilidade fica evidente. É citada como o "pulmão verde da Europa" devido à grande área de vegetação virgem que abrange sua região. 
A cidade está pra completar 30 anos, e sua história começa no início dos anos 70, quando hippies, músicos, artistas, pessoas das mais variadas idades e classes sociais ocuparam os pequenos barracos de uma área militar desativada na periferia de Copenhagen. Aí começa uma incansável batalha contra o Estado. Entre várias tentativas de expulsão e  reuniões para que, resumindo,  o governo decidisse qualquer porcaria para ser implantada na área como desculpa para tirá-los de lá, finalmente vem a primeira vitória. Um concenso onde a cidade seria considerada um "experimento social", em troca do pagamento das contas de água e luz pelos moradores, que até então era despesa dos militares.
Com o passar dos anos e muitas lutas contra o Estado, a cidade foi se aprimorando e os moradores foram se unindo para implantar juntos as principais necessidades da comunidade, da construção de casas à reciclagem do lixo. Seu único lado negro são as drogas. Os anos 80 foram marcados pela explosão descontrolada das drogas em Christiania, o que obrigou-os a tomar medidas de controle como a recuperação dos drogados e a proibição da venda na região. Atualmente, o que ficou liberado lá é o haxixe, que é vendido e consumido normalmente pelos adeptos.
O mais interessante sobre Christania são seus trabalhos de ação direta, principalmente contra o capitalismo. O melhor de todos, foi, na minha opinião, em 73 quando a OTAN, uma espécie de braço direito armado dos EUA na Europa, realizou um encontro em Copanhagen. O grupo de Christiania, inspirado no famoso programa de rádio Guerra dos Mundos (que causou uma imensa repercussão ao simular uma invasão de marcianos, causando pânico geral na população norteamericana nos anos 40), reuniu centenas de pessoas que fizeram parecer que um exército da OTAN havia ocupado a Rádio Dinamarca e outros pontos estratégicos da cidade. Durante horas o país todo ficou em dúvida se a Dinamarca estava  realmente sendo ocupada por forças estrangeiras, ou se tudo não passava de teatro. Essa era uma dura crítica a intromissão dos EUA na vida dos países europeus!
Outra ação foi o Natal dos Pobres da Dinamarca. Milhares de presentes foram distribuidos para pessoas carentes por um batalhão de papáis nóeis. Um pequeno detalhe, é que todos os presentes eram artigos roubados das lojas de Copenhagen. Resultado: foram todos presos, mas tendo grande repercussão ao sair como manchete nos principais jornais da Europa. Um bando de Papais Noéis sendo carregados pela polícia.
Hoje em dia muitos dizem que, apesar de Christiania ter crescido e se estabelecido como uma cidade organizada e bem estruturada, seus ideias já não são como os de antes. Muitos de seus novos moradores são individualistas e não seguem mais os princípios socialistas. 
 Apesar de tudo, ainda é um lugarzinho, por mais que pequeno e discreto, que conseguiu seus direitos e vive em paz ao seu modo.
 Ah, e o principal meio de transporte lá são as bicicletas! =)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Framboesa de Ouro...

Como todo bom atendente de locadora (e que goste do seu trabalho), estamos sempre ligados, por mais que inconscientemente,  em boa parte do que está acontecendo no mundo do cinema, e que seja favorável para a locadora. Além dos lançamentos, sabemos decifrar as dicas geralmente duvidosas sobre o filme que o cliente quer mas não sabe o nome; sabemos a filmografia dos atores mais conhecidos, e quando vai chegar um novo filme com ele; sabemos um filme semelhante para indicar, quando o desejado não está disponível; sabemos exatamente onde o filme está, e piramos ao ver que colocaram ele em um lugar completamente errado; sabemos dizer "não vi" em vez de "é ruim", e finalmente, sabemos quais os indicados ao Oscar (para promover o filme, claro).
Agora, outra coisa que nos faz muito feliz é ver um ator que recebeu o Oscar num ano, ser indicado ao Framboesa de Ouro no outro! Framboesa de Ouro é aquele prêmio entregue um dia antes da premiação do Oscar, para os piores do cinema em cada categoria. Nos divertimos muito ao ver o ex-presidente americano George Bush recebendo o prêmio de pior ator por sua performance num documentário sobre 11 de setembro, Hally Berry toda feliz ao receber o Framboesa por "Mulher Gato", e Sandra Bullock que, no mesmo ano, recebeu o Oscar de melhor atriz por "Um sonho possível" e o Framboesa por Maluca Paixão.
Agora, como não é de se espantar, a Saga Crepúsculo está como favorita na maioria das categorias do Framboesa de Ouro 2011 (pausa para rir) acompanhado por O Último Mestre do Ar que, poxa, eu gostei. Enfim, entre as indicações mais interessantes está Jessica Alba, concorrendo como pior atriz coadjuvante em simplesmente CINCO filmes diferentes e Silvester Stallone, em uma frustrada tentativa como diretor em Mercenários (no qual ninguém levou um macaco para casa). Também foi divertido ver a categoria casal ou elenco:
  • Jennifer Aniston e Gerard Butler por "Caçador de Recompensas "
  • A cara de Josh Brolin e o sotaque de Megan Fox em "Jonah Hex" (hilário)
  • TODO o elenco de O Último Mestre do Ar
  • TODO o elenco de Sex and the City 2
  • TODO o elenco de A Saga Crepúsculo: Eclipse
 A cerimônia de entrega dos Razzies acontece em 26 de fevereiro, um dia antes do Oscar.

Fonte: Omelete.com.br

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ontem ouvi a expressão "neosertanejo". Não pude segurar o riso. Na ocasião, referia-se a algum garoto de roupas descoladas que cantava com a voz tremida músicas sobre dor de cotovelo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Comer Rezar Amar

Vem aí mais um best seller mulherzinha chegando nas locadoras: Comer Rezar Amar. Uma boa dica para quem não gosta muito de textos massivos, histórias complexas e, é claro, para quem é mulher. Não estou falando de histórias idiotas para pessoas que têm preguiça de ler. Comer Rezar Amar chama atenção pela sua espontaneidade ao atrair a atenção do leitor. Não quero me passar por uma crítica de livros/cinema. Estou muito longe disso, mas uma opinião não custa nada e não ofende a ninguém. Principalmente para quem gosta de viagens e tem espírito aventureiro. Viagens é o assunto que mais me chama atenção. O desapego das coisas materiais e da nostaugia, e a atitude de buscar novas inspirações onde quer que seja. Elizabeth Gilbert viveu isso. E por isso ela pode nos contar sua tragetória nos mais minuciósos detalhes, como se estivesse falando sobre seu final de semana com uma amiga durante um chá. aliás, este tipo de observação (falando sobre seu final de semana...) é uma característica pessoal dela que dá uma pitada de humor e sarcasmo no relato, como no trecho "(...)Ele lia livros para mim, e ele lavava a minha roupa. (Na primeira vez que isso aconteceu, liguei para Susan para relatar a maravilha, abismada como se houvesse acabado de ver um camelo usando um orelhão)."
Admiro-a, não apenas por ser uma renomada jornalista e romancista sempre elogiada pela crítica, mas pela coragem e atitude de largar tudo e "ver o que dá" em lugares completamente diferentes, o que a fez passar por experiências maravilhosas e conhecer pessoas incríveis.

Ah, a propósito, como havia citado no início do post, e como a maioria das pessoas já deve estar sabendo pelo Leitura Dinâmica ou ouvido falar em algum lugar, o filme baseado no livro chega às locadoras em fevereiro, com Julia Roberts e Javier Bardem no elenco. Ainda dá tempo de ler o livro antes. É sempre melhor =)

"Sou leal e constante em meu amor pelas viagens, de um modo como nem sempre fui leal e constante em relação às minhas outras paixões. Tenho pelas viagens o mesmo sentimento de uma feliz nova mamãe tem por seu recém-nascido barulhento, irrequieto e cheio de cólicas - simplesmente não ligo para o que elas me fazem suportar. Porque as adoro. Porque elas são minhas. Porque são exatamente a minha cara. Elas podem golfar em cima de mim se quiserem - eu simplesmente não ligo."