sexta-feira, 6 de maio de 2011

A boa e velha bicicleta

  Companheira dos esportistas, das crianças, dos transportes sustentáveis, ou daquele que quer deixar o carro na garagem de vez em quando, só pra variar e ir ao trabalho pedalando. Desde que foi inventada, no século XIX, aquela geringonça estranha que tinha uma roda maior do que a outra foi conquistando mais e mais usuários, como meio de transporte prático, barato, que não polui e de quebra garante algumas calorias perdidas. Eis algumas boas histórias de pessoas e suas magrelas:
  Um tempo atrás, li uma reportagem na Vida Simples sobre quatro mulheres e suas bicicletas. Cada uma tinha uma profissão diferente, morava em uma capital diferente, tinha uma bike diferente, e a usava em ocasiões diferentes. Adorei a história de uma delas. Não me recordo se ela era de São Paulo ou Porto Alegre, mas Márcia,  publicitária, ia todos os dias de ônibus para o trabalho, e percebeu que gastava muito tempo em uma viagem relativamente curta, de casa para o trabalho. Passava todos os dias pelo grande centro, enfrentando congestionamento, buzinas, poluição e o stress de todo trânsito de uma grande cidade. Um belo dia, comprou uma bicicleta e abandonou o ônibus. Levou o mesmo ou até menos tempo para chegar ao trabalho, conheceu ruas alternativas com paisagens diferentes, passou a trabalhar com mais disposição e até perdeu uns quilinhos. A publicitária só encontrou benefícios na troca que, sim, a fez mais feliz. Sua bicicleta é dobrável, e se ela ganha uma carona num fim de tarde, dobra a bike, a coloca no porta-malas e volta sem transtorno nenhum.

  Rick Hoyt tem paralisia cerebral. Complicações no parto o deixaram paralítico e com problemas mentais. O médico disse aos seus pais que ele viveria como um vegetal. Seu pai, Dick, observou que o filho, apesar de não conseguir se comunicar direito, era muito inteligente. Compreendia tudo ao seu redor, e adorava esportes. Hoje, pai e filho já participaram juntos de 64 maratonas de triatlon. A bicicleta de Dick personalizada. Rick é acomodado na parte da frente enquanto seu pai pedala atrás. Ninguém mais subestima suas capacidades.


  Oldemar Mazzardo, junto ao seu irmão e namorada, iniciaram uma viagem de mais de 15 mil Km pela América do Sul. Detalhe: de bicicleta. Foram 519 dias em cima da magrela, junto à mochilão, barraca e alforjes. A viagem teve início na Guatemala, onde o trio foi descendo pela América, conhecendo 12 países, seu povo, sua cultura, suas peculiaridades, e, é claro, suas estradas. O grupo evitava ao máximo pagar pelos luxos de hotéis e restaurantes. Acampavam em lugares seguros, e aproveitavam cada detalhe das cidades pelas quais passavam. Subiram montanhas, conheceram comunidades antigas, realizaram trabalhos voluntários, foram assaltados (?) e outras milhares de coisas interessantes. Depois de 17 meses, entraram no Brasil pela fronteira Argentina/Foz do Iguaçu, e retornaram à cidade natal. Uma bela história pra contar para os netos. Uma viagem de desapego às futilidades a lá "Na natureza selvagem". Seu diário de bordo está disponível no site www.crazyguyonabike.com.
  É... não subestime a magrela. Acho que se pode chegar a qualquer lugar sobre duas rodas e nenhum motor!

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