Música. Que poder estranho é esse que tem a
música, para de maneira tão despretensiosa e ao mesmo tempo tão voraz atingir
nossos sentimentos e nos transportar para algum lugar, algum momento, em alguma
companhia.
Que poder estranho é esse, que inicia na audição
mas provoca uma festa literal em todos os sentidos, nos fazendo ver imagens,
sentir gostos, texturas..
Formalidade informal, ora essa, da música. Já
que pode facilmente passear das rebuscadas notas, sustenidos e bemóis para um
jogo de palavras e pensamentos tão profundos, às vezes quase infantis, como uma
criança que impulsivamente fala o que pensa e não liga pro que diz.
O que é música, portanto, senão um conjunto
de sons emitidos por um canal qualquer, que siga um ritmo melódico e que nos
aguce de alguma forma, os sentidos?
Poder estranho, afinal. Fala sério, já teve
uma música que te fez sentir viajando em uma estrada deserta?
Ou então numa praia, sob sol e cheiro de
protetor solar?
Que te deu vontade de sair cantarolando
alegremente pela rua?
Que te levou de volta para a infância, em uma
embriagada nostalgia?
E, vamos ser sinceros, que não te fez um dia
tocar uma guitarra imaginária em frente ao espelho, como um astro do rock dos
anos 80...
Poder estranho, esse. Tanto que até a
medicina, com sua própria estranheza, tratou de embrenhar-se nesse universo
multi-sensorial e emocional.
Música agora é tratamento mais eficiente do
que muito remédio.
Alguns exemplos? Há alguns
anos a música vem sendo associada à terapia. Elementos musicais são aplicados
no tratamento de determinadas doenças, como o mal de Alzheimer.
Pesquisadores identificaram
que algumas trilhas sonoras podem ser até mais poderosas e eficientes para o
desempenho de atletas do que substâncias ilegais que são encontradas com frequência
em exames antidoping.
Até
algumas experiências com vacas leiteiras e vegetais mostram aumento na produção
quando expostos à música clássica ou instrumental.
Puxa vida! Música já é por si só um
auto-tratamento. Tratamento informal, pra afogar as mágoas, para libertar-se,
para ensinar, para unir pessoas, para fazer rir, para fazer chorar, para
motivar, para se exercitar, para inspirar.
Música, estranha palavra poderosa, que atinge
os corações mais duros, as almas mais inquietas. Belo poder!
Deixemos então a música nos absorver. Mal não
faz. No máximo, ficaremos drogados pela sua intensidade.
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