sábado, 8 de dezembro de 2012

Um exemplo para mim


Estava lendo as crônicas de Martha Medeiros outro dia e, caramba, nada como as crônicas da Martha Medeiros para me colocar para cima, para me inspirar. Martha é uma pessoa habitada, definição que arranquei, adivinha, de outra crônica dela, e que definitivamente mudou minha visão sobre as pessoas.

Martha Medeiros, é, digamos assim, onde eu quero chegar em meu profundo e interrogativo objetivo de vida. Martha tem um poder legítimo de pessoa habitada. De extrair das coisas mais banais possíveis um sentido totalmente imprevisível para algo, e depois descrever por meio de suas dançantes palavras a conclusão vinda sabe-se-lá como, e que, de sua maneira mais natural, atinge pessoas como eu, que estão o tempo todo buscando sentidos.

Ser avoada e confusa se torna legal depois de ler Martha Medeiros. Porque me faz perceber que talvez isso não seja ruim. Talvez isso seja uma bela arma para se descobrir as coisas e para viver criando sentidos próprios que nos fazem sentir bem.

Não é o máximo ter alguém em quem nos inspirar? Alguém, ou algo, sei lá. Não acho que isso queira dizer que estamos copiando, ou algo assim. Acho que estamos colhendo exemplos do que há de bom para nos construirmos. Como o roqueiro que tem nos Beatles a descrição viva do que ele pretende ser. Como o pintor que sonha em se aproximar, mesmo que infimamente, das curvas surrealistas de Dalí. Como o filho que vê no pai o retrato do que ele será no futuro. Como o leitor de quadrinhos que tem no super-homem o exemplo de vida.  Como o fiel cristão que defende Jesus antes de si mesmo, tamanha devoção.

Somos únicos. Sete bilhões de cabeças-duras singulares que mesmo sabendo o que é certo e o que é errado, ainda assim cometemos nossos próprios erros, à nossa maneira. Mas crescemos com vivência, com a experiência. Com o que aprendemos na aula, com o que lemos num livro, com o que entendemos depois de sofrer as consequências, com o que o tio da padaria comentou. Ao aprender com quem admiramos. Com quem faz aquilo que gostamos de fazer, ou que por algum motivo se tornou, sem querer, um exemplo para nós.

Tão comum é isso que imediatamente fui remetida a diversas situações. Às incontáveis obras artísticas, que foram “baseadas na obra de fulano de tal”. A uma aula de rádio, no ano passado, onde o professor nos disse: “Escutem os locutores. Percebam seus estilos e então construam o de vocês”.

Porque não absorver o que há de bom nesse mundo e assim nos tornarmos quem queremos ser?  

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