Dizem que quando algo está muito errado, a solução é
explodir e começar tudo de novo. Mas e
quando, dentro de nós, vê-se a necessidade de explodir?
É como um vulcão. Está tudo calmo, às vezes até acontece
algum movimento estranho, mas insignificante, que logo é superado. Mas aí esses
pequenos abalos vão se somando e isso deixa-os mais intensos. Eles ganham
força, mostram que estão aí e que não podem ser ignorados. A lei da natureza os
coloca para fora, o que causa um dano desgraçado.
Não sei ao certo se é da natureza do homem não ter muito
jeito com emoções. Ou elas é que são muito imprevisíveis. Acho que é isso. Às
vezes, precisamos saber que nem tudo está ao nosso controle. Que somos
vulneráveis. Que somos vivos.
Tudo acontece tão mecanicamente, tão automaticamente
programado, controlado. Mas as emoções fogem à regra. Corajosas. Insanas, para
colocar palitinhos no meio das roldanas e interromper todo o trabalho que
andava bem em seu tempo calculado.
Elas estão aí para dizer “ei, você é humano. Você precisa
sentir”. Isso é bom. Mas, quando não estamos preparados, ficamos um tanto
bagunçados, perdidos.
Devia haver aulas para como lidar com emoções. Quem sabe uma
oficina de emoções reprimidas?
Precisamos cair na real. Nem tudo é fácil. Bom seria se
pudéssemos pegar as emoções ruins, colocá-las num potinho e despachar para
Indochina. Mas não podemos. Precisamos aprender a lidar com elas. E o pior é
que, para ajudar, não há manual de instruções. O negócio é a prática mesmo. Com
muita sorte, as palavras de algum amigo habitado podem ajudar, mas por hora é
melhor você se virar, bonitão.
Lágrimas ajudam. Músicas ajudam. Escrever ajuda. Caminhar
por uma longa estrada em meio a árvores e cheiro de mato também ajuda. Até aí é
onde eu sei, o resto, boa sorte. Pela lógica, a solução seria encarar o
problema e resolver. Mas aí não tenho tanta experiência, sinto muito. Ainda
preferia a alternativa do potinho.
......
TEORIA DO PARQUE DE DIVERSÕES
Me deram essa saída, para lidar com emoções. Que não somos
nada além de um parque de diversões para as emoções. Que brincam com a gente,
que gostam de nos deixar confusos. Mas em um momento elas vão se cansando, até
que só sobra uma com energia para brincar com você e te dar um caminho.
Ela pode ser qualquer uma. Raiva, tristeza, carinho, amor,
felicidade. Vai depender de quanta energia você já deu, dá ou ainda vai dar
para cada uma delas.
Aos poucos, vai surgindo um objetivo no fim do túnel e aí
você pode escolher para qual dar energia para que você consiga chegar lá.
Então, deixe elas brincarem. Elas vão se cansar antes de o
parque fechar.
Faz sentido.
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