sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Daqui pra lá

Eu e minha rotina e os outros com a rotina deles. É engraçado notar como as coisas se repetem tão constatantemente que vira uma rotina que nem percebemos. Viajar todo dia de uma cidade para a outra de ônibus é suficiente para ter essa percepção.
São Mateus - União: quando estou com meu colega de poltrona vamos conversando a viagem inteira, que passa mais rápido, mas não percebo tanta coisa. Quando estou sozinha, além da minha própria rotina vejo outras coisas. Espero entrar na estrada e pego meu livro para ler até dar sono. Geralmente esse sono não vem mas quando anoitece uso dos ultimos quilômetros do caminho para ouvir música. Fico observando o caminho e gosto de ver o céu da janela direita e as casinhas escondidas no mato da janela esquerda. No inverno escurecia mais cedo, mas agora noto que o dia vai embora exatamente num trecho perto de Paulo Frontin, onde tem o que eu não sei descrever direito, mas uma parte onde a estrada se divide em três e seguimos pela do meio. Se eu estiver cochilando sei que estamos chegando quando passamos pela primeira lombada de muitos quilômetros, um pouco adiante do Colina Verde, exatamente à frente de uma banca de frutas. A segunda lombada fica no portal e é hora de se espertar.O caminho entre as faculdades é Fafi, Unc, Uniuv e por fim Uniguaçu. Na Fafi já devo estar bem acordada. Ainda não sei andar muito bem pela cidade, mas decoro alguns caminhos pelos comércios que estão em volta. Fica bem mais fácil. A Unc fica ao lado de uma delegacia, eu acho, e de lá pra Uniuv é um pulinho. Passamos por um asfalto e quando viramos a esquina tem um lanchonete onde todo dia um grupo de homens que trabalha no correio estão tomando cerveja. Viramos novamente em uma igreja estranha onde até hoje esqueci de perguntar a alguém que tipo igreja ela é. Cheguei na aula. O tiozinho está sempre espiando a gente na guarita, e ele tem uma cara de desconfiado. Se eu levar sorte não vai ter ninguém entregando folhetos de shows sertanejos ou de políticos na entrada. Na saída vou pra farmácia. Meu ônibus na maioria das vezes é o último que chega, por isso já decorei a ordem que eles chegam: um micro cinza que não lembro o nome, um chamado RioSul ou coisa assim, branco e verde, depois o Pet, Querubim, Popia, Panek e por fim Nizer. Acho que não esqueci nenhum. Seguindo para a Fafi sempre tem um casal namorando encostados em uma moto na frente de uma padaria no caminho. Pegando todos, a luz só apaga depois que passamos a ponte. A volta não é muito produtiva. É tudo escuro e as pessoas estão dormindo (isso nas segundas, terças e quintas, na quarta tem filme e na sexta tem uma bagunça não tão bagunçada), então resta conversar baixinho, dormir ou ouvir música. É ótimo pra ficar viajando nas músicas e prestar atenção em todos os detalhes da voz e dos instrumentos, pois o barulho de fora é quase nulo, e não tem mais nada para enchergar que lhe tire a atenção.
Fim. Chegamos na cidade e não resta muito mais pra contar. Agora é chegar em casa, comer, ir escovar os dentes antes que um dos meus irmãos entre no banheiro e tome um banho que dura duas horas, e por fim, dormir pra acontecer tudo de novo no dia seguinte. Dica: é bom quebrar a rotina de vez enquando, pra não pirar. Você sempre vai passar por alguma coisa diferente no dia-a-dia e isso é bom. Aproveitar ao último os momentos bons é uma ótima opção para um dia perfeito. =)

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